Este livro registra a pesquisa de caráter exploratório teve como objetivo investigar a subjetividade do professor face às violências na escola pública de Educação Básica na contemporaneidade, seu posicionamento, e formas de enfrentamento desse fenômeno.
A investigação utilizou a entrevista individual semiestruturada e as anotações do diário de campo para a coleta de dados. A análise foi processada com o auxílio da literatura de referência e da metodologia de análise de conteúdo proposta por Bardin.
Os resultados apontaram, nas escolas estaduais, a existência da violência estrutural, social, verbal, física e moral, envolvendo professores, alunos e organismos do sistema. Foram apontadas situações que resultam em violência. A violência estrutural teve maior destaque para os professores pesquisados, abrigando principalmente a violação de direitos, a falta de condições de trabalho e de apoio das instituições governamentais afins. Os professores criticam a forma atual de aferir resultados que promovem alunos sem as competências necessárias.
Têm concepções diferentes sobre a função social da escola, sobre a função docente e sobre o preparo profissional para lidar com a violência. No enfrentamento do fenômeno na escola, há posicionamentos diferentes, por vezes opostos, dos professores. Uns adotam atitudes compatíveis com os propósitos da educação; outros adotam atitudes incompatíveis com esses propósitos, podendo ser uma parte delas entendida como violência simbólica. Concluiu-se que professores violentados em seus direitos adotam posturas antagônicas na sua prática educativa. Há os que dispendem grandes esforços de superação para reduzirem conflitos e cumprirem sua função. Há os que sucumbem diante dos conflitos prejudiciais e reagem inadequadamente, gerando outros conflitos prejudiciais a si mesmos, aos alunos e à escola.
Assim, o estudo indicou necessidades que podem orientar políticas públicas de amparo também aos professores para que possam exercer uma prática educativa de qualidade.